quarta-feira, 14 de outubro de 2009

PASSEIO DE MOTO A IGARATÁ / SP (14 OUT 2009)






Em meus passeios, às vezes encontro estradas que não conheço e algumas vezes resolvo segui-las para ver onde vão dar.

No dia 12/09/2009, quando fui até a Represa do Jaguari, em São José dos Campos, passei por uma estrada de terra que não conhecia, mas não entrei nela. Alguns dias depois, resolvi olhar em um mapa na Internet para localizar a tal estrada e ver onde ela iria chegar... Igaratá.

Legal! Fazia muitos anos que não ia a Igaratá. Sei como chegar lá pela estrada normal (de asfalto), mas chegar lá seguindo estradas de terra seria uma boa aventura... E foi!

No dia 12/10/2009, feriado, enchi o tanque da moto e me pus a caminho, seguindo a Estrada do Bairro Bonsucesso em São José dos Campos (SP). Pelo que havia visto no mapa, eu tinha mais ou menos uma noção de qual direção seguir e ainda parecia ser bem perto.

No meio do caminho, o tempo fechou e começou uma ventania danada. Em poucos minutos, caiu o maior temporal. Subi com a moto e tudo num ponto de ônibus coberto, vesti minha roupa de chuva e voltei para casa. Sairia dez dias de férias a partir do dia seguinte e com certeza voltaria em breve para lá.

Assim, no dia 14/10/2009 debaixo do sol de meio-dia me pus a caminho de Igaratá.

Olhei o mostrador de combustível da moto e me pareceu que havia combustível suficiente para chegar a um lugar que nem sabia a que distância ficava (o que estou fazendo?).

Dois dias antes, enquanto estava escondido embaixo do ponto de ônibus durante a chuva, eu aproveitei que um cara parou uma caminhonete e perguntei qual estrada deveria pegar para Igaratá. Ele me mostrou e vi que se eu fosse seguir o que vi no mapa, eu estaria indo em outra direção.

Tendo mais ou menos uma noção de que estrada pegar, segui em frente. O problema é que a estrada não terminava! Segui em frente por mais tempo e não chegava a lugar nenhum. Mais um pouco, encontrei um cara em um trator que estava revirando toda a estrada, desenterrando um monte de pedregulhos (eu quase caí várias vezes por causa deles) e perguntei a direção. Estava indo na direção certa.

E o combustível? Ops! Tive que decidir se seguiria em frente ou retornaria. Como no mapa parecia que Igaratá estava perto eu resolvi ir em frente. Abasteceria quando chegasse lá.

Continuei andando, e nada! Encontrei com um outro cara pela estrada e perguntei que caminho tomar. Ele me explicou um monte de coisas. O que eu entendi: duas fazendas, ponte, “calipeiro” e esquerda. Ótimo! Já tenho uma ótima noção do que fazer e para onde ir (o que estou fazendo?). Perguntei quantos quilômetros ainda faltavam... Ele disse mais ou menos uns vinte e três. Olhei o marcador de combustível... Nem te conto!

Até que a orientação que recebi estava correta. Só a distância parecia estar errada... Para menos. Atravessei fazendas (enormes), estrada completamente tomada por lama, lagoa, floresta de eucaliptos (o tal “calipeiro”). Depois de ter me perdido em uma das fazendas e dentro da floresta de eucaliptos, acabei encontrando uma pessoa trabalhando ao lado de uma cerca. Perguntei onde ficava Igaratá. Ele apontou para umas casas em cima de um morro lá longe (pelo menos, se tivesse que empurrar a moto, já sabia onde tinha gasolina).

Ainda com um pouco de combustível na moto, consegui chegar lá. Dei uma volta pelo lugar para ver o que tinha, parei em alguns lugares para tirar umas fotos e tomar alguma coisa.

Igaratá surgiu ao redor da Capela de Nossa Senhora do Patrocínio. Chegou a ser chamada de Patrocínio de Santa Isabel, pois ficava inicialmente em terras de Santa Isabel. Já emancipada como município, Igaratá passou por momentos difíceis, quando houve a decisão de se construir a Represa do Jaguari, que inundaria boa parte da cidade. Seus moradores decidiram transferir suas residências para as partes mais altas do município.

Com uma população de pouco mais de 8000 habitantes, Igaratá vive essencialmente da agropecuária e do turismo. A região atrai muitos turistas em função da represa, da beleza e da tranqüilidade do local. É possível fazer passeios de barcos pela represa, que diga-se de passagem, são muito legais.

Embora estivesse de férias do serviço, tinha aula no fim da tarde. Encerrei o passeio, abasteci a moto e comecei o retorno. Será que eu conseguiria voltar pelo mesmo caminho? Na ida, eu tinha entrado duas vezes por lugares errados, mas agora estava com o tanque cheio, pelo menos poderia tentar. Felizmente, o retorno foi tranqüilo.

Minha displicência em cuidar do abastecimento da moto não causou grandes problemas, no entanto, tive uma tarde de boas “emoções”. Independente de qualquer coisa, a paisagem pelo caminho é simplesmente magnífica. Se você tem uma moto que lhe permite encarar uma estrada de terra sem muitos problemas, não pode perder o passeio (mesmo que não consiga chegar a Igaratá rsrsrsrsrs).

Você sabe aquele lugar que chamam de “fim do mundo”? Eu conheço muitos, e um deles fica no meio de uma floresta de eucaliptos lá perto de Igaratá. Só não me peça para ensinar o caminho, pois não sei se vou conseguir.

Brincadeiras a parte, Igaratá é uma cidade que me pareceu ser bem pacata. Sinceramente, tirando a parte turística (que vale muito a pena), a represa, etc, não vi muito mais o que se fazer por lá. De qualquer forma, a cidade é legal, e vale o passeio!
( Texto e fotos: Wilson Luiz Negrini de Carvalho )

Para você que gosta de uma aventura em moto, ou quer despertar o espírito aventureiro sobre duas rodas, recomendo o livro abaixo:

Nenhum comentário:

Postar um comentário